Quando andar não é possível
Avançar é preciso
Os olhos tremem em meu rosto
Da rua o invisível provocar
Forte o que me veste
Frágil o que golpeia
Asco de quem persegue
Raiva de quem sacia
No silêncio da madrugada
Na escuridão da cidade vaga
Vamos juntas, companheira
Quando a solidão apavora
Tua presença me norteia
Vamos juntas, então, companheira
Ser como sou, feminista
Quero caminhar
Sem abutres na esquina
Mais respeito, menos dor
Mais empatia, sem amor-objeto
Sem correntes e nem teias
Sem príncipes, nem princesas
Quero paz, e mais
Sem marcas no meu corpo
Sem minha juventude condenar
Meu perdão não lhe empresto
E carrego a certeza
Ser mulher é ser fera
Com asas de borboleta
No silêncio da madrugada
Na escuridão da cidade vaga
Vamos juntas, companheira
Quando a solidão apavora
Tua presença me norteia
Vamos juntas, então, companheira